Quando se tira a luz da consciência de um indivíduo, é como se colocasse
uma venda em seus olhos. A pessoa passa a seguir sem saber a direção e o
sentido do caminho, e assim, chega-se ao abismo sem a menor percepção.
É triste quando se extingue a luz da inteligência: a alma é arrancada à
força e sepultada viva na matéria, que a torna incapaz de agir. O pobre demente
é no mundo como um vegetal, sem o saber; tem um espírito imortal, e não sabe
que o tem.
Mais triste, porém, ainda é quando se extingue a luz da consciência: o
homem tem os olhos sãos, mas não vê; tem a inteligência aberta, mas não
compreende; não vê e não compreende que corre para a sua final e irremediável
ruína. As outras desventuras são a privação de um grande bem, mas só pelos
poucos anos da vida terrena. Esta, a perda da consciência, impele-nos para a
perda de todo o bem, e por toda a eternidade.
A consciência vale bastante mais do que a ciência; e, mais do que dos
homens de ciência, o mundo precisa de homens de consciência, isto é, de santos.
Que é, pois, a consciência?
É um incorruptível tribunal inferior que julga todo ato, toda palavra,
todo pensamento, e sobre cada um pronuncia a sua sentença: isto é bom, e és
merecedor; isto é mau, e és censurável.
Ela é o eco da voz de Deus que nos fala sem ruído, que nos move sem
violência.
Livro: “PENSAMENTOS SOBRE OS EVANGELHOS E SOBRE AS FESTAS DO
SENHOR E DOS SANTOS”
(Autor: Padre João Colombo)
Se a todo tempo investe-se covardemente a fim de destruir a consciência,
o que restará da humanidade? Ruínas, destruição, calamidade e um bando de
charlatães anti-intelectuais se passando por sábios.
José Antonio
Bernardo